"...dissessem da vida,do meu amor
e da morte de forma não usual..."
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-folha-
Neste caderno de matemática
usado para cálculos complexos
sobrou uma folha no final.
Gostaria de aproveita-la
para escrever alguns versos,
que dissessem da vida,
do meu amor e da morte
de forma não usual,
sem palavras banais
e lugares comuns.
Esta matemática
tão complexa
já contem tantos cálculos
tantos quantos o poemas
falando da vida
do amor e da morte
nas margens dos teoremas
abaixo das matrizes,
das integrais e diferenciais.
Vou prestar atenção nos cálculos
e guardar os versos
e nesta última folha
nada vai ser escrito.
[ a não ser este pseudo poema]
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."
Na aula de Calculo II,
em 23 de setembro de 1976.
[Peguei três dependências...]