Uma ode alcaica, que hoje estou virado para isto!
Não quero, Lídia, mais que o teu olhar
Pousado sobre as águas do meu rio.
Porque, sentindo-o, vou
Sereno em meu caminho.
Não me cumpre julgar por que há foz,
Antes me cumpre o instante, cada instante.
Frui-lo é meu dever,
Pois não outro possuo.
Cada momento, Lídia, é a eternidade
Possível de deter nas nossas mãos,
Tempo exacto do fôlego
Que nos fere de vida.
Xavier Zarco