Pessoa dizia da poesia como sendo o autêntico real absoluto, cerne da sua filosofia.
A poesia complementa-se nos seus mais variados estilos como impressão digital complexa e inerente aos primórdios da palavra dita. Aperfeiçoa-se como género intrínseco à realidade humana nos primeiros rabiscos que alguém achou por bem ao traduzir a fala e difundi-la como arte no género escrito e pensado.
Não se compara uma à outra nos seus mais variados estilos divergências e convergências, não é um desporto em que alguém tem forçosamente que ganhar e outro que perder. Na poesia em particular e na escrita em geral ganhamos todos, os que lemos e os que escrevemos, os que gostamos e os que não gostamos porque a poesia não é aculta nem se coaduna com a censura. Por cada palavra escrita o cerne da liberdade é cantado e levado ao seu estado maior no seu simbolismo universal e na plenitude do pensar o que nos rodeia.
Porque não há um pensamento livre isento de poesia, não há poesia real e factual sem um pensamento livre que a absorva e que a pense na sua bondade e na sua mensagem.
Quanto mais poético mais verdadeiro, concluiu Pessoa.