Talvez fosse, entre todos os presentes,
o mais insignificante dos entes
que existiu na face da terra.
Carente de valores essenciais,
sempre com a mania
de estar alertando aos demais
de bordo sobre o parafuso,
agora vagueia sozinho, difuso,
esquadrinha as dunas e estepes,
esquecendo que ele
não tem mais o poder do quepe
que acalenta as pedras
e faz dormir lavas vulcânicas,
volvendo às forças satânicas.
Pode até ser que fosse
tudo tão maravilhoso,
poderia até ser doce,
também um tanto espalhafatoso,
mas era sem valor algum
sem os dedos, nem os anéis,
como som em decibéis medido.
Todos sabem que um gemido
não ilumina a escuridão da sepultura,
nem pode beijá-la, impotente,
mesmo sabendo-a tão pura
numa tarde primaveril
- propícia ao desenvolver de amores,
que ao espírito tanto apraz pendores.