vago nas úmidas manhãs
antes do nascer da luz que imprime no chão
minha sombra cansada.
sigo levando nos bolsos as entorpecidas
intenções de escrever num muro um poema...
que não seja flor
que não seja mar
que não seja céu
que não seja amor
que não seja dor
que não seja a falida causa política
que não seja pobreza ignóbil e aflita
que não venha das coxas aquecidas
de uma dama-puta, o verbo que quero gozar...
sem re-novos que venham
amarrar letra à letra
deixo no bolso
palavras manetas