Poemas : 

pássaros pousados nas torres dos monastérios

 

Pensou nos antepassados,
mas sonhou com demônios,
na escuridão da noite quis beijar a noiva,
de repente, atingido por um tiro
quando brilhou a noite frente aos dois.
Dois pés nos estribos calcados
ao som de gargalhadas sonoras,
a alma sendo puxada para baixo,
ultrapassando as sobrancelhas do papa.

Corajoso, sequer disse mais uma palavra,
apenas brandiu na mão o chicote
mirando a águia livre voando no céu,
surdo ao som de gritos selvagens,
para baixo em linha reta uniforme.

Não era dia e nem era hora,
não trouxe a mãe, nem a irmã,
os pedestres que descansam à sombra do olmo,
estarão cobertas com véu de angustias,
chorando e implorando sobre o caixão,
as mãos crispadas agarrando uma rocha
configurada em forma de cruz
nos meandros das estradas das memórias.

Há de haver pelo menos uma primavera
para acariciar a relva esmeralda,
desviando o caminho da neve do inverno;
o cavalo realiza a tarefa bem mais rápido
soprando vapor pelas narinas largas,
como os caminhos doem nos campos de batalha.

A batalha não cessou nas profundezas,
inimigos não se acovardaram,
nem aos gemidos dos moribundos
envoltos em mortalhas de pura seda.
Tudo ficou mais calmo
quando a multidão de cadáveres foi amontoada
no rastro dos jatos e seus pilotos,
camelos surdos saqueando a caravana
ouvindo no silêncio os sinos de natal.

Sob as tumbas os corvos desenharam círculos,
pássaros não esperaram para pousar
nas torres do monastério tranquilo
onde repousavam as cinzas dos ancestrais.



 
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FilamposKanoziro
 
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