Poemas : 

Soneto dos segredos guardados

 
“Se espelho eu fora, a imagem tua, amigo,
Tanto não refletira claramente,
Quanto às idéias na tua alma sigo.

“Agora iguais me estão surgindo à mente,
Concordes tanto nas feições, em tudo,
Que um parecer entre ambos há somente.

A Divina Comédia – Inferno – canto XXX





Jamais assumiu a ousadia de medir todo o fardo,
em seu quarto, sem pressa, tinha a janela aberta,
sentada frente ao espelho para refrescar o corpo,
mesmo que o âmago queimasse em desejos insanos.

Diáfana camisola envolta em raras nuvens de ouro
farfalhava como cachos doirados de um querubim
aos espíritos hostis dava um enxame de esperança,
quando o coração perseguia as memória do passado.

Nele, havia segredos ingentes, assuntos sensíveis,
tantos eram que não poderia de memória lembrar;
enquanto tivesse a penumbra para se resguardar,
afastaria da mente toda certeza se um dia amou.

Negava se conceder ditas no mundo que ora jazia,
para habitar soturna as mansardas de infortúnios



 
Autor
shen.noshsaum
 
Texto
Data
Leituras
732
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
1
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/12/2015 21:50  Atualizado: 10/12/2015 21:50
 Re: Soneto dos segredos guardados
"Diáfana camisola envolta em raras nuvens de ouro
farfalhava como cachos doirados de um querubim
aos espíritos hostis dava um enxame de esperança,
quando o coração perseguia as memória do passado."

Amo essa quase calmaria...

Beijo você, Garoto.