O dia nasce esplendoroso, mas cinzento. Solto no Tejo o meu lamento, apesar de longe da vista, está perto do coração, sei-lhe as cores de cor, sei os tons com que se veste, pois tantas vezes me despe o olhar! O Tejo, beija o Mar... subtil, deixa-se abraçar por ele. Tal como me envolve a mim, na magia das suas margens, que generosamente, faz viçosas! Harmoniosas, as aves que debandam e poisam, nos regaços, por ele criados! ...Os meus olhos são beijados, em cada ondular. Cruzo-Te Tejo, por Amor! Por Amar! No alcance do meu olhar, os Flamingos são cinzentos. Já nem sei se serão Flamingos ou lamentos! Eis que Tu brilhas! Trocas de Alma comigo! Dás-me o ombro amigo e sorris! O Teu olhar diz, "Paixão para sempre!" tens um Sorriso rasgado no olhar!Deleitoso! Amar de Amor este que me tens!! O Tempo clama! A margem de cá deste Amor, reclama... e eu volto. Acenas-me, sopras-me o Teu coração, para que de força ao meu, o céu... está diferente! Enorme o Sorriso que trago no rosto! Igual ao que ficou no Teu! Ao longe o Sol é fogo posto, avisto os Flamingos, com a fascinante cor rosácea deslumbrante. Fechei os olhos num instante e nesse momento sei, que através do verde dos meus olhos, Tu também viste que os Flamingos já não são cinzentos!
Andy