Sonetos : 

soneto da alma que queima

 
“ E da entrada não longe ainda estando,
Eis um clarão brilhante divisamos
Das trevas o hemisfério alumiando.

Dali distantes ainda nos achamos
Não tanto, que eu não discernisse em parte
Que à sede de almas nobres caminhamos.”

A Divina Comédia - Inferno – canto IV




Imagem na janela sem cortinas que treme ansiosa,
meio à escuridão da noite, seja por glória ou poder;
observando a alma mesmo a queimar, chama ditosa
da imortal desventura, no âmago não quer entender.

Novamente ao ledo triunfo assente sua vida remota,
saberá por que sua alma queima, quem a ela domina.
Poderá prever onde a procela vai soprar, qual a rota,
vaticinar de que bizarro ninho a tempestade germina

No turbilhão dos seus desejos, rio tangível se aquieta,
estafado das realidades cruas dos dias, alma saudosa,
logo assoma ágil e rápida e aos assombros interpreta,
fugindo de palavras habituais faz da lição proveitosa.

Sempre haja curso luz do dia, desde aurora errante,
a deixá-lo contar sonhos envoltos e clarão brilhante.


 
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shen.noshsaum
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/05/2014 09:21  Atualizado: 15/05/2014 09:21
 Re: soneto da alma que queima
Amei!
Parabéns pela belíssima construção
poética.
Abraços de admiração

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/05/2014 15:53  Atualizado: 15/05/2014 15:53
 Re: soneto da alma que queima
Ficou perfeito!

Parabéns!

Abraços,

Anggela

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/05/2014 22:01  Atualizado: 15/05/2014 22:01
 Re: soneto da alma que queima
Seria este o perfil de um azke mais moderado?