Sair na noite era espalhar a Via-Lactea
pela estrada afora acelerando o motor
as botas que mergulham os meus passos
no oceano louco das bebedeiras e do sexo festivo
esparramam os sonhos nos becos
entre garrafas e pneus
estou sangrando, aonde encontrar nos céus
o céu dos sonhos meus?
O anjo dos rachas atravessa a miséria das ruas
como se as crianças mortas provassem
a inutilidade dos cemitérios e das estatísticas,
como pode a fantasia subjugar a tragédia?
Colocar a lua no céu espetando uivos
enche o saco, não espere milagres
os encantos na claridade são quadrinhos,
prefiro sorver na fumaça o morango dos milagres.
Venha, despí o santo na túnica vazia,
quero a ferocidade do sexo espalhado
pelas flores ávidas, cheiro no caos
o chamado da feiticeira
e desligo o céu para que o rinoceronte
agite chamas e bandeiras
abrindo o cortejo das motos alucinadas,
aonde é selvagem crer no amor
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]