Poemas : 

A cada Jovem que morre ...

 
Jaz morto e inerte
num campo de solidão ...
Tão novo!
Rodeado de lirios,
doces e brancos como Ele ...
Ele, um suspiro,
esperança-fria
que o Tempo alteia,
louco e apodrecido.

E grita o vento, destemido:

"-É morto! É morto!
Triste, só e absorto...
É morto! É morto!"


Seu corpo, agridoce-veneno,
jaz sepulto, em repouso,
num campo d'açucenas,
rodeado de pombas,
coroado de penas ...

"-É morto! É morto!
Triste, só e absorto...
É morto! É morto!"


Um jovem, tão novo,
Poeta, ignoto ...
Tão jovem, tão morto,
tão morto e tão jovem,
seu corpo, ignoto ...
É morto! É morto!

"-É morto! É morto!
Triste, só e absorto...
É morto! É morto!"


Sua Mãe, amarga e singela,
ferida, desgrenhada, assentida ...
É perdida, além-da-Vida,
tão pobre e tão sofrida.
É vencida! É vencida!
É Só! Tão Só! Tão contida ...

"-É morto! É morto!
Triste, só e absorto...
É morto! É morto!"


E em tudo, a cova que o recebe,
sua dor ignora - ó Deus,
que triste sina, desce à Terra!
A separação! É hora! ...

"-É morto! É morto!
Triste, só e absorto...
É morto! É morto!"



Ricardo Louro
No Chiado


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1000
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
0
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.