Ando perdida na voragem dos dias,
tacteando no escuro da alma
tentando encontrar uma luz,
tentando encontar um som
o som de um límpido rio e seguí-lo,
pois quando estamos perdidos
devemos seguir o rio que corre
e esperar alcançar um sitio lindo
e harmonioso e alegre e vivo.
Estou cansada de tudo e de mim
e não encontro forças para lutar
e para mudar o estado de coisas
que cada vez mais me afundam
num pãntano de dúvidas e incertezas...
Se algum dia me correu nas veias
um rio de poesia e sonhos e utopias,
agora é só um canal fétido
de onde os insectos se alimentam
e tudo de mim morre a cada dia...
A minha realidade é mão cheia de nada,
é um coração que bate por bater.
talvez noutra vida viva realizada,
talvez, mas para isso preciso morrer
e nesse outro mundo ser feliz a valer?