quantas interrogações nascem de um cisco no olho...
o que será?
de onde vem?
do que veio?
sabe-se apenas que é um corpo estranho que veio com o vento e eis que o vento quando quer sabe ser inconveniente. é sempre assim; inconveniente! é que nunca nos atentamos às muitas de suas artimanhas. é dele o compromisso de espalhar odores e amenizar o calor e ninguém se dá conta de quanto pó também ele entrega, que se adere às peles de (todos) outros passageiros também que nem ele.
e cá me vem um pensamento; todos seguem sem perceber do real que cobre seus corpos; dessas misturas que se colam muitas são resíduas de mortos ou da pele de outras raças que muitas vezes são renegadas ou ignoradas... ou até daqueles que decidiram viver de um jeito ‘diferente’ do habitual. quando o vento passa traz resquícios dessas dermes que nas nossas sempre se acomodam. nada que um bom banho não remova, porém, o ar nunca se esvazia dessas particularidades.
se pensam que esses dizeres nasceram de fato de um cisco no olho, estão corretos. com muito custo consegui retirar o resíduo da membrana ocular, e depois deste feito que originou este preceito não deu mais para continuar com o raciocínio... é entre lágrimas que puxo fios para coser sem ligar para o que a verve exclama:
- larga disso, não é teu estilo de letra e tem muita argila agarrada em teus dedos!
e o papel que ainda reclama?
- olha só o que fizestes, estou cheio de lama!
...
então parei por aqui.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.