Poemas : 

A razão que ninguém tem

 
Quando o pouco dinheiro não chega
Para os alimentos na simples mesa,
Nada nesse lapidado lar sossega
E no seu interior cresce tristeza.

Da pele os poros sós vão secando
E os fixos olhares ficam turvos,
Por ali os avós se vão finando
Perante o tempo dos dias curvos.

Não há luz que alumie a pobre mente
No desespero de tanta pobreza,
O futuro permanece pendente
E o amanhã é uma incerteza.

O ar torna exíguo tanto espaço
E toda a espera deixa de ter valor,
Na mesa do pão já não há pedaço
E mais que esquecido ficou o amor.


António MR Martins


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/05/2014 18:12  Atualizado: 04/05/2014 18:12
 Re: A razão que ninguém tem
Sem dinheiro, sem comida, sem conforto e sem amor, dura realidade entre tantas famílias. Cruel sociedade... Muito Cruel!