Quando olho à volta nada vejo a não ser
As coisas que não sei nem nunca ouvi dizer
Nessa luz que ilumina desligada da vida
Que nos acompanha solitária e pouco entendida
Numa realidade rendida que me confronta
Fazendo de um passo uma viagem longa
Querendo cair sem me levantar
Deixo me deitado num chão por pisar
Onde me faço de morto e esquecido
Não existo para o mundo vencido
Só vivo onde não se vive nem se caminha
Num olhar que não quer ver o que o mundo obriga
Deixe me deitado no chão para me levantar abaixo da terra
Num renascer ausente de uns braços que não me espera
Quando olho para dentro vejo o mundo violento
Quando olho para fora vejo um corpo sedento
Quando olho para as chamas de um fogo frio
Vejo quão quente é esse teu olhar vazio