PÃO POR DEUS
Em monótona rotina
Caminha o modesto ardina,
Na sua distribuição.
Põe jornais, de porta em porta.
Quem os lê, pouco se importa
Que seja Inverno ou Verão…
São normalmente estudantes
Que, sempre perseverantes,
Tentam cumprir seu dever.
Suplicamos tolerância:
Perdoem à nossa infância
As falhas que possa ter…
Este pequeno operário
Usufrui magro salário;
Porém, miolos são pão!
Eterno lema dos pobres,
Que não deixam de ser nobres,
Buscando uma profissão!
Ajudar a juventude,
Que com bem pouco se ilude,
É pensar no amanhã.
Não negam vossas carícias
A quem vos traz as notícias,
Zeloso, no seu afã…
Em cada ano, um só dia,
Minorai a carestia
Ao vosso distribuidor!
Quer por consideração,
Por hábito ou tradição,
Tratai-o com mais amor!
Se ele não for insensato,
Ficar-vos-á muito grato,
Bendizendo tal labuta.
É bom ver-vos solidários
Em seus esforços diários,
Nos trabalhos que executa…
Quem dá, sente-se contente;
Não escondais, boa gente,
Vossa generosidade!
Que qualquer alma risonha
Não sinta a menor vergonha
De ceder à caridade…
Dai, pois, um pouco de alento
Aos que, à chuva, ao sol, ao vento,
Desempenham tal ofício.
Nunca esquecido nos Céus
Seja o vosso pão por Deus!
Bem-haja, tal benefício!