NÉVOA
Duma névoa,
Do céu do tempo infinito,
Surgiu um vulto
Perante os presentes,
Também já de névoas saídos
E a si parecidos!
O vulto tinha um letreiro na testa:
“Poeta”!
Vinha montado numa égua de palavras
Que foram aladas, recitadas,
Escouceadas,
Dizendo que da névoa, donde vinha,
Era para lembrar aos animais racionais,
Que as névoas são disformes,
Como todos os homens!
E que a eles não se aplica
a verdade matemática,
De que:
“a soma dos quadrados dos analfabetos
é igual à ciência do quadrado da hipotenusa."
Não. o poeta; um noesis!
Disse que o conhecimento aumenta
quando à névoa se eleva!
Depois, o poeta,
na égua das palavras montado,
Foi-se embora!
E agora, névoas?
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Autor: Silvino Taveira Machado
Figueiredo
(O figas de saint Pierre de lá-buraque)
Gondomar
Figas