Já não me esperas do outro lado do arco-íris Nem há um pote de ouro a brilhar nos teus olhos Não há sequer a esperança de um beijo
Na pedra-mármore dos teus lábios Uma ponte romana a atravessar-te o coração
Findou-se a tua imagem na água do meu rosto Um narciso definhou na seca deste estranho desejo Já não resta ninguém dentro de nós
Vês ali ao longe o que fomos? Repara como os brinquedos parecem ruir das nossas mãos E o tempo é como uma pasta de chocolate espanhol Derretendo nos dedos das alfândegas
E os que perdemos por não nos sabermos amar E os que falimos E todos a quem estendemos a mão e caíram Já não estão mais dentro de nós
Estamos estranhamente sós na derrocada do beijo
Não resta mais nada nesta terça-feira de fel Só a folha em que nos embrulhamos Mortalha que nos fuma, azia de cactos
Um belo poema, Que diz aquilo que ninguém quer ouvir [ o real ] (melhor é empastar o “ideal” com o mel da ilusão) Na vida tudo passa, resta , somente, a certeza Nauseante, com sabor de fel , servida à mesa : A solidão recheada de carências mil porque o amor morreu, no fim!
Gostei muito de seu poema, nos fazem viajar...em minha humilde opinião: Não!! morre o corpo, morre o beijo, morre a relação, morrem sonhos e até mesmo desejos, mas o amor, não!! Parabéns!