Escuto um silêncio passar
E eu no alpendre da vida,
Revolvo o meu recordar,
Nesta meta sem saída,
Em noite vasta de luar;
E uma Esperança acrescida,
Renasce na madrugada...
Numa ramagem espargida,
De uma noite enluarada.
É a manhã que nos convida,
A dar mais uma passada.
É uma lágrima solvida...
Num sorriso transformada,
Inerente e esculpida...
Nesta face já esgotada:
De ser, de ver e de ler...
Tanta dor, tanta ferida.
Todas horas, vou cantando,
Numa palavra sentida,
Neste diário bordando.
__São bordados de papel,
Pelo Mundo deambulando,
Distribuídos a granel,
Sobretudo e mesmo quando,
Velejarem num batel,
Em outras marés remando;
Seja Esperança, seja mel...
Nos corações latejando.
2009
Editado em 2011- IN_Veleiro de saudades"