A casa da morte
Do outro lado da rua
Uma casa abandonada
Do outro lado da vida o que haverá?
Morrer não deve ser diferente de fechar os olhos
e abrí-los para um cômodo qualquer abandonado
no qual, nós mesmos
poremos a mobília de sonhos, de amor ou de dor
como nos aprouver.
Minha casa da morte
tem uma estante de livros de poesias
uma “long chaise”
e “Soleil levant” de Monet
no lugar de uma janela.
Uma concha para ouvir o mar
uma velha foto de família
e memórias
que ora choram, ora riem.
A morte é só
mais uma casa abandonada
esperando.
Adriana Costa
Adriana Costa
Poema publicado na revista Cultural Novitas nº 3.