Poemas : 

Latidos poéticos

 
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LATIDOS POÉTICOS

Na escrita do deve e haver

Entre forte e fracos,

Os fortes têm a casa do Poder

Os fracos são criados de quartos!

Entre senhorios e inquilinos

Há sempre questões:

Os senhores; cretinos

A imporem condições!

Quando os fracos vão à justiça

Buscando da moral o norte,

Depois de muita liça

Quem vence é o forte!

Quem senhores anda a servir

E algum poder deles toma,

Acaba por Poder construir

E senhor também se torna!

Os fracos reivindicam direitos,

Os fortes impõem-nos tortos,

Após guerras e pleitos

há milhões de fracos mortos!

E a poesia?

Que faz a poesia na vida?

A poesia nunca governou vida

Nem governos soube governar,

Poesia; canção de fracos, ” latida”

À caravana do Poder a passar!

Nunca se soube de governos de poetas!

Embora governos tenham alguns,

Decretos publicados em poemas

Nunca se soube de nenhuns!

Como mera opinião,

De tudo o que na vida vi,

Tenho como conclusão:

Que quem anda a servir outros,

Deve aprender,

Rapidamente ou aos poucos,

A ser senhor de si!

Não adianta ao deus dos fracos rezar

Para ter sorte de se tornar forte,

Pois são os fortes que fazem o altar

Onde os fracos vão adorar!

O fraco esquece:

Que o poder não está em quem manda,

Mas sim em quem obedece;

Se não obedecer a quem manda

A roda ao contrário desanda!

Depois, novamente,

Os fracos reivindicarão direitos,

Os fortes imporão tortos!

Assim sempre será

Enquanto houver gente;

Fracos a obedecer,

Fortes a mandar fazer altar

Para os fracos os adorar!

Eu era para falar de esperança,

Mas a esperança está em coma

E poesia não é coisa que se coma!

Por tudo que já vi,

Quem não quer ser doutros

Tem que ser senhor de si!

Quem anda sempre mandado

De mandado não é cansado!

Os fracos reivindicam direitos!

Os fortes impõem tortos!

Nunca se soube de governos de poetas!

Embora governos tenham alguns,

Decretos publicados em poemas

Nunca se soube de nenhuns!

Por tudo que já vi,

Quem não quer ser doutros

Tem que ser senhor de si!
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Autor: "Fora de si) Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque


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