Se há um adro, um alpendre, há malandro,
há bemol, o bequadro se há um piano.
Há na tina, na oficina, radiano calandra cano,
desenquadra o diedro quando empedra.
De cedro o cilindro, meandro forma decaedro,
ladra o cão enquanto enquadra cartolina.
Muito engendro, sem melindre no escafandro,
de escol, ariano sorve na surdina a canjebrina.
Farol leviano, inquilina sina agiganta lamparina,
de canto, pardal encanta para espanto ao arrebol,
um voo siberiano da rapina tangerina determina.
Se no paiol há lençol, no formol melindro amianto,
glicerina sob o manto, o pranto na morfina viperina,
resta irrestrito desencanto, cessa todo acalanto
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."