Por entre os dedos os cravos secos
Nas mãos de calos doridas
Escorrem revoltas, sonhos encobertos
Que até os corvos se riem das feridas
Ai meu país, meu chão, meu sal
Que fizeste do sonho que se ergueu um dia
Reino sem trono a boca vazia
Estômago seco no seco da boca
Ai meu país tudo está mal
E o sonho que conta?
Lá longe onde a memória não trai
Levantaram-se jovens, num dia de Abril
Levaram ao povo os cravos vermelhos
Ergueram-se as mãos e os olhos dos velhos
Liberdade, liberdade!
E hoje onde está o vermelho rubro
A esperança e a igualdade
Onde está o sonho, e aquela criança
Que chora de fome, onde está Abril…
Onde está Liberdade.
Poesia de Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...