"Careoca da Tejuca"
(Mauro Leal)
Pelo anseio de seus sonhos, aventura-se às famosas ondas encontrar,
faz-se forte entres os infelizes das costas ocas de almas-sebosas, de línguas trelosas e o impetuoso mar,
procura aproximar mas o jeito mocorongo e o linguajar, desqualifica
e prossegue sem saber onde o jegue amarrar.
O sol debruça e ao puxadinho, toma caminho.
A solidão retorna e corta o coração, inevitáveis são as lagrimas,
que vão banhando e deixando rastro de tristeza pelo chão:
. pelas lembranças de mainha, painho e do rachado sertão;
. por ser encurralado e caçoado de "cangaceiro lampião",
por sustentar no pitoco cangote a "bitelona jabulani" a adernar;
. pelo espinhaço encurvado, zambeta e cambita
quando caminha equilibrando o pranchão sem uso das mãos:
. ao ser lançado no revirado espumado a esfolar e borbulhar
de ponta cabeça até beira-mar.
"promovendo espetáculo" para os metidos a cavalo do cão
e "top" do ranking da região,
que persistentemente insistem desdenhosamente:
- Sem chances, "anão-jojolão-apagadão" !
vens do xaxado da Serra Talhada, com esta graciosa "lua" achatada,
à sonhar que Big Rider, podes virar,
arriscando-se nas cristas das ondas com este peludo "astro" à pesar.
Qual é? esculacha não "sangue bom"! não tenho esta pretensão!
e muito menos o que vou elucidar,
é pra gozar, e nem farinha e nem "onda" tirar,
nem pra dar o tango no mango,
é pra lhes deixar a par: pois trata-se da ciência que estuda a natureza e seus fenômenos que aprendi no banco escolar,
então se liga aí brother surfistas no legado
e no hilariado por Arquimedes deixado:
Com a "bexiga lixa", vejam a cena de despudor que aprontou:
da banheira "descuecado" pulou
e pelas ruas saiu com a genitália ensaboada, anunciar:
Eureka! Eureka! Eureka! pela descoberta da força vertical para cima,
que passa pelo centro de gravidade do corpo imerso,
que as embarcações e até os cabeções,
criados no angu com pé de galinha, rapadura, mugunza e no jerimum com jabá,
por entre as ondas mais temidas, faz empuxar, flutuar e os mares cortar.
Assim como as apreciáveis e disputáveis montanhas d'águas passam,
a vida passará, e dela não se leva nada, vamos dar as mãos, sorrir, cantar
e transformar as diferenças em bem-estar,
curtir o dia a dia e nos orgulhar.
E pra abrilhantar, aqui está
o que Euclides da Cunha, em "Os sertões", fez publicar:
"o sertanejo é antes de tudo um forte",
na contribuição cultural e nas exuberantes construções da nação.
Mauro Leal