Poemas : 

Outra lua

 
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Ó lua...
Conte-me aquilo
que ainda não sei
e preciso saber!

Conte-me o que preciso saber
para ser
sei la o que...
Qualquer coisa,
sem forma,
qualquer coisa externa,
uma esfera,
um outro qualquer.

Qualquer coisa.

Lua do meu quintal,
bola flutuante
no espaço sideral.
Nunca esgoto a fala sobre ti
porque és inesgotável
até em eclipse.

Isso nem é sobre a lua.
Meu canto não tem nada a ver
com a lua.

O que eu falo é
sobre
a autoridade
da alteridade.

Não importa sua idade.
O que és,
partiu de outro.
O outro é
sono de outros...
nunca de si.

E se há alguma ironia
nessas leis naturais
é que mesmo sendo nós
feitos
pela consciência
de outros mortais,
ao mesmo tempo,
no inverso do verso,
também fazemos pessoas,
os animais.

Somos todos outros de alguém.
Construindo personas, signos
e mais mistérios do além.
Mas nunca em nós.

O limite é o espaço
por dentro da pele.
Lá, só a invasão
inescrupulosa
da introspeção
meticulosa
de outrem.

Só assim sabemos desse além
de nós,
em nós.

Sou assim.
Poque fizeram isso de mim.
Embora eu não tenha culpa.
Não que isso seja desculpa,
mas,
eles também não têm.

Todos passageiros desse trem.
O nome que se assina sina
no bilhete de partida
depende
dos passageiros que estiverem
no vagão da sua vida.

.


.

 
Autor
thiagodebarros
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/04/2014 13:38  Atualizado: 19/04/2014 13:38
 Re: Outra lua
A vida é um vagão que nos conduz nos trilhos do viver. Somos todos um alguém que se buscam em nosso ser. Um lindo poemainteligente