Olho em profunda tristeza
Nada vejo ao meu redor
É como se atravessasse as pessoas, as coisas, os sentimentos
Vago sem lume, sem destino
Meus olhos em cera se transformaram
Como velas brancas, velando a morte
Como se estáticos estivessem
Sem o ar que os mantivesse vivos
Me sinto tão pálido, sem vontade
As curvas da vida me ultrapassaram
As águas que escorreram dos meus espelhos
São apodrecidas pela dor do meu fracasso
Sabe, um vale de belas flores avistou
Mas, se transformaram em murchas sombras
Contudo, se novamente elas vivessem
Eu faria tudo tão diferente
Colheria sem medo meu próprio riso
Não perderia tempo com pequenas coisas
Meu Deus! Quero novamente estar vivo!
Por que motivo, me fechaste nas conchas?
Dá-me a vida aos olhos meus!
Faz isso, para eu enxergar o sol!
Quero novamente ganhar sem ter
E me preocupar com coisas grandiosas
Como ver as estrelas do céu, do mar e ver a lua
Quero ver o meu umbigo reviver
Quero que cortem meu cordão umbilical
Sei que renascerei com um coração, não um punhal!
Criado em 2006.
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)
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