seguir em frente
assim lhe ordenou o calendário
mas ele ficou parado nas intempéries
num acto dúbio
tentou atrasar as lembranças
fechando-as no coração
para que não se perdessem
num amanhã incerto
alvitrou escrever-lhe algumas palavras
para não quebrar o silêncio de um futuro
de [antemão] vivido,com alguns sons nostálgicos,
assim pensou
ela
namorava o presente
consumia melodias
sons,que se convertiam em palavras
esperou qualquer manifestação verbal
mas não.foi pelo correio que chegou
um envelope,qual futuro perdido
tanto aguardou
que o tempo esgotou
não,ela não parou no tempo
o relógio sempre a aliciou
nunca guardou para amanhã
um hoje que segurava nas mãos.
sem medo,segue..
ele ficou..
ana silvestre