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A opinião pública
pulula de luas
de todas as cores
e máscaras.
Luas sangrentas,
menstruadas,
no streaming online
das lentes de vidro.
Luas nas retinas
nuas
na madrugada fria
de mil torcicolos
de olhar céu
de eclipse.
É sol, é Terra,
é o fim do caminho.
É o resto do corpo
da lua
sumindo.
Enfrento as verdades
de Gil
bradando que nada mais há
para se dizer do luar
e encorajando os povos
a olhar.
Olhos de luneta
da NASA.
Olhos de orvalho,
choro de Nuit.
É noite de lua.
Mais uma.
O que é o vermelho?
Se não o que aprendi chamar
vermelho?
Meus olhos adestrados
olham luar
ou a pedra nua
que aprendi chamar
lua.
São Jorge matou o dragão.
O vermelho é sangue
do réptil gigante.
Sangue mágico,
de instante,
que o sol há de apagar.
Não baixe a guarda,
meu santo.
Dragão é mosca
a retornar.
Hoje é noite de lua
de novo,
a peleja do luar.
Amanhã é dia santo,
depois,
outra vez,
luar.
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