Tenho algo em mãos para resolver
pois tenho outra pessoa na mente,
E tu pensas que estás a perceber
algo que nem eu sei o suficiente,
Nesta relação declaro-te inocente
sou o culpado de entrares nela,
Na primeira vez o sexo foi excelente
para ti mas para mim foi sequela,
Eu julgava-te a continuação dela
onde estrela a maior das inclinações,
Escrevi-a para ser como Pepetela
quando ganhou o prémio Camões,
Não te quero dar muitas informações
apenas dizer-te que não dá mais,
Respondo a todas as tuas questões
enquanto tenho visões paranormais,
Dizer que tudo foi um erro, jamais
e apesar de estar entre este e oeste
Não preciso recorrer a casas decimais
para ver que fui o melhor que já tiveste,
E sempre que o meu coração investe
não esqueço os tempos passados,
Como se tivesse alastrado a peste
que deixou os meus circuitos fechados,
Entre pulsações e beijos roubados
às palavras por detrás do teu brinco,
E o que escrevi no dia dos namorados
podes queimar...era o capítulo cinco,
Sei que em ti eu deixo um vinco
com afinco que te fará sempre lembrar,
E no teu coração eu deixo um trinco
para ninguém ocupar o meu lugar,
As tuas lágrimas ajudarei a secar
para te mostrar o quanto sou grato,
Nunca foi preciso ter de assinar
para saber os termos do nosso contrato,
Prometo guardar o nosso retrato
mesmo não tendo coragem de o mostrar,
E só quero minimizar este aparato
deixando o teu olhar me fotografar,
E vamos chegar ao fim no principio da dor
e só resta o adeus como último desejo,
Sem rancor e apesar de isto não ser amor
acabamos a noite com um último beijo.