Minha cama é vitrine do amor...
Nela a mente se inspira, o corpo excita
A imaginação para que tesões turistas
Abram espaço em partituras para eu compor.
Sob alvos lençóis bailo em overdoses de carinho
E dialogo com sensações do prazer em combustão,
Delírios delinquentes ousam desenhar em meu colchão
Notas do íntimo albergue que não quer dançar sozinho.
Recostado a travesseiros e almofadas canto o orvalho
Sobre retalhos de uma melodia que embalsama o orgasmo
Liquefeito pelo ritmo alucinante da luxúria...
Tênue satisfação estremece meus lábios dormentes
Que sussurram envaidecidos monossílabos silentes
Adocicados pelo vexame ótico que pus na partitura!