As minhas palavras, são velhas palavras
Têm cabelos brancos, têm a minha idade
São ditas ou escritas, um pouco curvadas
As da minha juventude, não são que saudade
Elas saem de mim um pouco embrulhadas
Como esquecidas de algumas simples letras
São palavras gastas, com o tempo já usadas
Quero que sejam límpidas, não passam de tretas.
Por vezes pergunto se este meu esquecimento
Não será doença, Halzeimer, ou outra qualquer
Quero escrever, não há palavras nesse momento
Fico pensando que sou eu que começo a envelhecer
Sim pois que no fundo a idade é quase a mesma
Corremos no tempo sem mesmo nos render conta
Ainda se a idade, ela, avançasse como uma lesma
Mas não, ela avança em velocidade de ponta.
Mas no fim, pouco importa, as palavras assim são
A minha idade, é o avanço natural, é a assim a vida
Mas minhas velhas palavras saem sempre do coração,
Bem ditas, mal escritas, mas são palavras destemidas
A. da fonseca