Apareceu uma criança distinta infeliz
Numa família desmoronada possivelmente
Em Lisboa e em 1525, exclusivo rebento,
Sofrera alterações familiares altriz,
Seu pai navegara para a Índia, abrangente
Sobrejo para viver perto Coimbra covento.<br />
Julga-se que com ajuda do tio Bento
Tira em Santa Cruz as artes movimento,
E encetava os primeiros passos
Da sua ilustre poética calores abastosos.
Desde moço tem Petrarca como veneração
E demais conterrâneos ao seu lado.
Dominava as línguas contíguas ao seu sabor.
Estreava-se no paço numa outra transição
Para Lisboa, e eis que foi comtemplado
Na belíssima Caterina de Ataíde o amor.
Demais damas o preferem em detrimento
De outros sonhadores, que implanta o enfurecimento,
E com a excentricidade para as desavenças
Acaba por ser expulso das muralhas.
Por vontade ou pela directiva da fidalguia
Navegou para lutar na África contra os mouros
E numa bravura debate perdera o olhar.
Entretanto seu tio e seu pai Simão morreria
Já em casa com a esposa e sem muitos louros,
D. Ana rogava ter seu filho no último aspirar.
Mesmo estando em Portugal, ainda estava
Proibido de entrar, mas por clemência abusiva
Conseguiu residir na capital pela sua mãe
E não aparecer exclamando na “barbacãe”.
Num dia propício passa pela cocheira real
Observando dois amigos, vai ao socorro deles
Que se torna angustiante quando fere Borges.
A clausura fica a ser sua morada zonal
Por meses até ter da vítima perdões dobles,
Tem de dar serventia na Índia pelas naus rémiges.
Divaga por Goa, arredores e Macau, onde
Prestou serviço, vassalagem, e acidade
Nas suas andanças, não fugira do cárcere,
Mas ao tentar regressar, afunda-se e resta pobre.
Mofino com a perda da sua amada,
Retorna ao seu país com auxílio aliado
E encontra sua madre na penúria.
Pouco após a primeira amarrada
Principia acções e o seu feito desmedido
Que o iria reconhecer o provir de luxúria.
Ao longo da sua existência sempre escrevera
Versos, quer por encomenda, quer na zavra,
Quer por solicitar ou até mesmo por encantamento
Somente pouca coisa obteve visionamento.
Lusíadas anunciado tivera enumeras falhas
Mas dele recebera uma tença, que pouco
Sobrevivia, ainda dispondo do jau a mendigar.
Viria a escassear em 1580 vítima das doenças
E deixava à mãe herança da pensão no vinco.
Seria sempre o dia fatal para marcar.
Com o desaparecer cativa a leitura das obras
E com o avanço engrandece a afeição das
Multidões, que buscam o carisma patriótico
Que Luís possuia na caligrafia do velhaco.
Emblema pátrio marcou a sua nação com
Universalidade e humanismo da raça
Escondida numa pequena península
Jamais mortal, porém literatura rascom.
Herói perpétuo da estirpe de caça
E cidadão do seu eu e imaginação avícula.
Catherina
"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena."
FERNANDO PESSOA em Mensagem
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