Passa a noite, tristonha, tão bucólica,
abençoada pelo trono do Luar.
Gemidos de guitarras, melancólicas,
ao longe, ecoam a chorar ...
E há dor e há silêncio na Severa!
A própria noite se cala p'rá escutar!
E nós, eternos e mortais, quem nos dera,
arrancar do peito este triste palpitar ...
É o Fado! Melodia dos Poetas!
Olhares, gestos, fidalgos e ascetas ...
Que lhes reza a sina tão marcada?!
Soa a voz dos crentes! Da Vida deserdados!
Pobres Almas, fadistas, desgarrados,
sem Céu, sem chão, sem alvorada ...
Ricardo Louro
na Casa de Fados Maria Severa
em Évora
Ricardo Maria Louro