Esse Ser que teu Amor abandonou,
entre escolhos, quimeras, solidão,
é aquele que perdeu o Coração,
em noite escura que a Morte abençoou!
Meu peito, por ti, sempre esmolou,
agonia desmedida sem perdão,
dor-contida, amarga, sem inicio nem visão,
que meu Ser, alienado, não chorou!
Resta apenas uma campa que ficou,
lousa-fria de quem um dia se finou,
tão cedo de sorrisos despojados!
Agora é meu jardim feito de cedros,
verdes, imponentes, campos ledos,
corpos-frios, cinzentos, retesados...
Ricardo Louro
Chiado
Ricardo Maria Louro