Enviado por | Tópico |
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TrabisDeMentia | Publicado: 08/04/2014 22:43 Atualizado: 08/04/2014 22:43 |
Webmaster
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Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Uma paródia à sensibilidade!
Mas esse dolente no fim me deixou confuso. Dolência é aflição, dor, lástima, mágoa e sofrimento. É tanta sensibilidade assim? |
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Enviado por | Tópico |
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Jmattos | Publicado: 09/04/2014 03:07 Atualizado: 09/04/2014 03:07 |
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Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Warmien
Gostei da leitura! Amor ou sexo selvagem assim imaginei, tudo haver com o título, para alguns muito excitante, para outros comportamento insensível! Beijos! Janna |
Enviado por | Tópico |
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Warmien | Publicado: 09/04/2014 05:50 Atualizado: 09/04/2014 05:50 |
Da casa!
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Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela) para o Trabis e JMattos
Inicialmente, peço desculpas ao Trabis. Minha reação foi desproporcional, intempestiva e grosseira diante do simples questionamento sobre o emprego da palavra “ dolente”. Melhor dizendo, sugeriu ele simplesmente que estaria usando “dolente” (do latim: dolens.entis - adj.m. Que pode sentir ou expressar dor; que sente mágoa; queixoso ) num contexto no qual possivelmente melhor se encaixaria “ lassidão” (do latim: lassitudo.ines - s.f. Característica, circunstância ou situação de lasso.Fadiga resultante de longo esforço físico - esgotamento: ). Um questionamento normal ao qual respondi de forma atabalhoada e grosseira, pelo que sinceramente me desculpo mais uma vez.
Janna, obrigado pelo seu comentário e interesse neste poema. Sem querer fazer uma análise literária para o que não me julgo apto, posso dizer que no poema em tela, o envolvimento do par amoroso ocorre através de fases que se poderiam denominar da relação sexual e final problemático diante de um possível questionamento da amada. Sugere que o parceiro não se extasiou tanta quanto ela esperava: “... E diz que eu não tenho sensibilidade! " Pode até ser verdade, isso cogito... “ A seguir, eu lírico sucumbe integralmente ao descrever o estado pós-sexo da parceira tornada evidente através da expressão: “ Mas, só você sabe o que é o gozo da fêmea... “ Impressionado com o deflagrador do desejo o eu lírico, passa também a descrever no tempo nuances do desejo e da paixão imperiosa. A escolha da imagem da loba associa-se, pelos vocábulos eleitos como conexos ao seu campo semântico à exacerbação do lado impulsivo do ser humano e, no caso específico do poema, envolve a sensibilidade feminina expressa num orgasmo. “... e infinito, às vezes constrito que sobe à garganta, e não sufoca um gemido de prazer que aflora, e a deixa febril, nada sutil, a ponto de gritar, como loba no covil...” Em contraponto tem-se a insinuação, que o homem não acompanhou essa sensibilidade. A alusão à virilidade masculina suplanta a tentativa outra de prolongamento das sensações táteis. “... deixar-me desavergonhado tirar das fibras dos seus seios, sem freios, nem receios, tudo aquilo que pleiteio... “ A reação masculina aos carinhos encontra uma queixa e, na comparação sugere não ter ocorrido uma resposta física imediata logo após a posse: “... toda aquela sede que festejo, a nuvem de desejos ardentes que somente em seu corpo saboreio tão dolente....” Os dois últimos versos indicam a ejaculação no nível físico e o momento final da síntese dialética unificadora do corpo e da alma, nesse instante deveriam estar integrados plenamente. A eleição do significado de dolente pode ser associada à intensidade do orgasmo masculino, apontando para a invasão física que sofre no momento da plenitude do gozo quando há ocasiões em que a mulher utiliza unhas e dentes para melhor exteriorizar suas sensações e o mesmo tempo “ marcar território” provocando lacerações na pele do amado. O poema trabalha uma visão masculina da urgência do desejo e a figura da fêmea satisfeita apenas para sugerir a extensão do tempo do desejo masculino realizado e exposto que - torna-se evidente pelo conteúdo poemático - não teria sido atendido. Todos os verbos referem-se a ela, cabendo a ele apenas cumprir a ordem imperativa: " a sede que festejo “ e “ desejos que saboreio “ manifesta a sua urgência através de uma linguagem agressiva. Frente ao enunciado feminino que busca imagens brandas e evanescentes para o seu desejo, contrapõem-se as falas masculinas. A carga maior concentra-se toda nestes versos, cujo tom ordenativo finaliza o texto, deixando ausente do poema a cena explicita do comportamento feminino cravando unhas em seu ombro, descendo para o os glúteos, iniciando-se nas espáduas até as ilhargas em forma de “v” com três traços paralelos utilizando o indicador, anular e médio. Por fim, é pertinente reiterar que, nesta poética erótica a linguagem tende, por um lado, a amenizar o que dito de outra forma poderia parecer grosseiro e, por outro, busca atingir a ultrapassagem dos signos linguísticos para melhor revelar o êxtase da paixão e do gozo e a dificuldade de expressá-los em palavras, resultando, dessa forma, o paradoxo de uma linguagem que une dor e prazer |
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Enviado por | Tópico |
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Branca | Publicado: 09/04/2014 12:41 Atualizado: 09/04/2014 12:41 |
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Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Li e me agradei do poema.
Sensibilidade e a falta dela (no caso aqui: sexo) existe em ambos os sexos. Tem muita "loba" uivando aí fazendo teatro! Mas havendo prazer, e a satisfação na dose que ultrapassa, aí sim... mesmo que se acabe "dolente" vale a pena. Parabens (por tua sensibilidade). abraço Branca |