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Sou dona do meu motim

 
Tags:  25 de Abril  
 
Sou dona do meu motim
 
Trago a voz embargada
Um soluço de apreensão
O peito muito apertado
Um litígio com o passado
Um presente envenenado
No sopro do coração

Não patenteei em mim
A sede de justiça e liberdade
Olhos húmidos de esperança
Num Abril feito de sonhos
Não tenho vendas nos olhos
Sou dona do meu motim

Na mão erguida, um cravo
De orgulho e emoção
Sou dum povo que proclama
O direito à equidade
Não deixei cair a esperança
De ser gente de verdade



Maria Fernanda Reis Esteves
54 anos
natural Setúbal
 
Autor
Nanda
Autor
 
Texto
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1817
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Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 06/04/2014 18:00  Atualizado: 06/04/2014 18:00
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10812
 Re: Sou dona do meu motim
Querida Nanda
Poeta de coragem, os cravos amiga hão-de florir de novo, temos que caminhar e não desistir
afoitar o passo com uma esperança nova.
Excelente!

Beijinho

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 06/04/2014 20:30  Atualizado: 06/04/2014 20:30
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18611
 Re: Sou dona do meu motim
aplausos! minha alma está de pé.
já tinha saudades da tua boa poesia. bj

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 18/04/2014 15:38  Atualizado: 18/04/2014 15:38
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Sou dona do meu motim
Boa tarde Nanda, somos vítimas das nossas inquietudes, que por vezes se exacerbam, dificultando as nossas decisões intimas, mas o tempo que a tudo atenua soluções acaba por nos colocar em harmonia com as várias forças que nos habitam, parabéns pelo contagiante poema, eu te desejo uma páscoa repleta de paz, um forte abraço, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/07/2014 11:11  Atualizado: 28/07/2014 11:11
 Re: Sou dona do meu motim
Um grito que vem dos olhos da liberdade que hoje se faz do verdadeiro olhar, um caminho feito com sonhos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/12/2014 21:42  Atualizado: 22/12/2014 21:42
 Re: Sou dona do meu motim
Já fui fio-de-prumo, primo
Do compasso, esfera armilar,
Cavaleiro d’malta, cruzado,
Invertida pirâmide, credo.

Com vasculhos, do tojo abrunho,
Varri grilhões, desta vil Terra,
E porões, de nau negreira,
Fui falo, d’convento capitel,

Mendiguei, por pães e guita,
Verguei’m’a um ideologista,
De foices, martelos e’Corão,
Ceifeiro, d’cearas d’outros,

Maçom, secretas sociedades,
De todas que “Dei Opus” tem
Como falsas e sem confiança
Em sinos,concílios ,Deuses.

Não me orgulho, de ter sido
Pira d’corpos, cremados na praça,
Imposto de guerra, d’rei déspota.
Chacina em Jerusalém, Darfur.

Sinto despontar um presságio
Maligno, quando urna sem voto
De protesto, sou, em reino,
Onde à sorte, não pertenço.

Já fui, fio d’prumo, compasso,
Tudo, e minh’alma, sem dono,
Não pertence mais a’quem manda,
Mas sim à morte…

Joel Matos (10/10/2010)

Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 22/12/2014 22:11  Atualizado: 22/12/2014 22:12
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: Sou dona do meu motim
Parabéns Maria Fernanda Reis Esteves, pela inspiração aos teus versos tão lindos. A esperança e equidade nos move a todos quando temos um ideal que nos norteia a existência! Muito bom!

Feliz Natal!