Ótima! As coisas realmente estão no ar. as metáforas fantásticas que se aproximam.
Muito bom o seu poema.
As rugas são esses traços em relevo que o grande artista "Tempo" pacientemente rabisca em nossos rostos transformando-nos... Somos os mesmos e não somos...
Existe um texto de um autor da cidade de Montes Claros que fala sobre isso:
“...Veíci num é tão ruim assim não. A genti veve di sardade. Vai pensano nas coisa qui passô. Vai lembrano di tudo qui asucedeu. Das coisa boa e das ruim tomém.
A genti senta e fica matutano inté passá as hora, fecha os zói e vê divagazim os aconticimento passano, iguá qui fossi num firme. Já fui no cinema. Faz muinto ano. Fui uma veiz só.”
Quando vem as lembrança, gosto di ficá quetinha no meu canto, balangando na cadeira, pra lá, prá cá. Vêjo ieu nova, arrudiada di meus fius piqueno. Aí mi alembro das histora qu’iêu contava pr’êlis. As veiz choro, mi dá um aperto duído aqui no coração. Tão duído qui’as lágrima sartam dos zói qui nem um corgo, moia a cara e desci pelas ruga, os caminho que o tempo abriu. Inxugo cum’as costa das mão, faço força e inxoto a tristeza pra lá.
(PEREIRA, Edgar Antunes. “Casos qu’ieu ôvi”.Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Vol.I. 2006.)
Fonte:
http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... toryid=9694#ixzz2yQjg1bzc