Estrela Cadente
Fitaste o firmamento e rindo
gritaste apenas por gritar
lembrei a demência do mar sobre o rochedo
as duras intempéries dos negros segredos
as juras de amor e caricias
as ondas do mar.
Perdi-me então neste instante
na fúria disforme fatal
na noite infinita da lua dourada
brilhando vazia na longa madrugada
eu e teu grito tocante
rictos de algo mortal.
Toquei o teu corpo suado e marcado
como onda que se esvai
na escuridão da face oculta da lua
eu mordo os teus lábios na boca tua
vermelhos e inchados
na loucura que vem e vai
E se vai nas lacunas fortuitas do tempo
eu te quero tanto bem
vejo o teu mundo tão dilacerado
por algozes de dentes arreganhados
dilaceram a mim também.
Mas quando a luz de uma estrela cadente
luminosos rastros a brilhar
cruzarem a imensidão deste céu de aquarela
estará junto a mim a vontade singela
de sempre em teus braços estar.
Alexandre