<br />MULHERES QUE ESCREVEM Mercêdes Podeus Recife/Brasil
Declamado por Anna Muller
Mulheres que escrevem... Com a alma Expõem seus anseios e sentem a calma Por terem evadido delas tantos traumas E com o tempo restauram suas alegrias.
Mulheres que escrevem... Com o coração Liberando então limpidamente a comoção Elevam-se em desejos, ânsias e solidões Traduzindo em vivência as suas emoções.
Mulheres que escrevem... Com a mente O que às vezes os corações desmentem Outras revelam uma emoção diferente. Daquelas que, na realidade elas sentem.
Mulheres que escrevem... Com o olhar E por ele às vezes se deixam acompanhar Olhares de alegria, tristezas tentam captar. Daquilo que as cerca tentando lhes ameaçar.
Mulheres que escrevem... Suas histórias Tantos momentos de muitas lutas inglórias Mas outras vezes persistem nas memórias Experiências transformando-as em glórias.
Mulheres que escrevem... Na opressão Sentem na pele a dor da discriminação E ainda assim transtornadas pela aflição Tiram delas para suas vidas uma útil lição.
Mulheres que escrevem... Com a lua Tirando-lhe um pouco de sua luminosidade Escrevem na história, a realidade nua e crua Reafirmando constantemente suas identidades.
Mulheres que escrevem... Com as estrelas Tecendo com seus brilhos as suas defesas E com o encantamento pela sua singeleza Transformam as suas vidas numa fortaleza.
Mulheres que escrevem... Com sabedoria Apesar de alimentarem suas fantasias Como uma mistura de magia e utopia E mesmo na realidade vivem a alegoria.
Mulheres que escrevem... Com pena de ouro Verdadeiras tecelãs dos mais belos tesouros Conseguem transformar na mais fina renda O legado que aos seus passará como prenda
Mulheres que escrevem... Com autenticidade O que lhes chega à inspiração... A Felicidade! Transportam para o papel a responsabilidade Que lhe impõem, mesmo com sua fragilidade.
Mulheres que escrevem... Com suas vidas Através das inúmeras experiências vividas Ainda que com todas as decepções sofridas Transcendem o entendimento de suas lidas.
Mulheres que escrevem... Com as mãos As mesmas mãos que afagam os irmãos Que ora sofrem por viverem na solidão Outras vezes, por faltar na mesa o pão.