havia ao fundo da rua
um canteiro com rosas.
na rua quase deserta
sentia-se o seu calor aromático
ele morava em frente
mas nunca se tinha apercebido
da existencia daquele canteiro.
ela morava na rua ao lado
tinha um quintal inventado
plantado de nada.
um dia quando saía de casa
viu-a passar
seguiu seu olfacto, aroma doce
olhou em redor
foi então que viu as rosas.
chamou-a tinha a mão a sangrar
ela :
precisas de ajuda ?
porque perguntas ?
estás a sangrar !
eu ? onde? ah a rosa,
nem tinha reparado nos espinhos.
mas ela queria amadurecer suas ideias
e as palavras não saíram á rua.
fecharam-se.trancaram-se .
acomodaram-se na segurança da alma
ainda hoje,ela sente o cheiro do sangue
nas mãos dele
agora o sangue das suas próprias palavras..
não guardes para amanhã quem podes amar hoje
pensou.e assim ficou.
ana silvestre