A noite era fria, foi sempre fria, escondia os olhos com medo da escuridão mas a maldita encontrava-me sempre, pregava-se nos meus olhos à procura da luz desfocada - os gatos também se assustam de noite – ficava de vigília e, todos sons eram alertas, mesmo os
silêncios mais abruptos moviam o tremer das pernas. Nunca quis ver o invisível, inevitavelmente sucediam-se as aparições, uma a uma, como o cheiro fétido das pestanas a colarem-se às minhas lágrimas e, tudo o que era belo não passava de um pântano de lodo cheio de lápis de cor em sofrimento.
Mathilde Gonzalez – Pseudónimo de Conceição Bernardino
28-03-14
Mathilde Gonzalez - Pseudónimo literário de Conceição Bernardino