este tempo que me acena
com suas garras mortíferas.
sentada numa cadeira da vida
onde as pernas cambaleiam
não é a noite fria e escura
que me atormenta
é o acordar.
esse momento angustiante
onde os sonhos já fecharam,
e mais um dia frustrante
se prepara para me agonizar
nem o aroma a jasmim
nem o sol acariciando o mar
nem a rosa do jardim,
nem o livro que leio
nem a folha que me espera,
na contingência de um qualquer poema
este tempo que me mata lentamente.
talvez um sorriso,talvez um olhar
talvez..
mas não os consigo encontrar !
tenho o mundo aberto num teatro fechado.
ana silvestre