- A vida do rei neste momento é mais importante do que te mandar para a forca, e esta é a tua sorte.
- Certamente, vossa majestade.
- Agora volte para masmorras.
Malenca saiu da posição de joelhos, e manteve a cabeça baixa, indo aos poucos recuperando o fôlego de sua alma que estava convencida em deixar aquele gordo e pesado corpo pendurado no velho carvalho.
Depois do encontro da rainha com Malenca, ela decidira ir só até a capela e orar por Arthur, antes da escolha de quem iria nesta viagem de resgate ao rei. Apreensiva , mas também esperançosa por saber que seu marido estava vivo.
Semanas haviam se passado enquanto Arthur permanecia preso na ilha. Por sorte puderam encontrar um abrigo ao lado do templo. A caça até que era farta, e muitas frutas exóticas para serem saboreadas sem que lhes causassem mal.
O cartógrafo já mapeara todo a ilha, catalogado plantas, e pensava se um dia voltasse ao reino poderia mostrar essas maravilhas jamais vista no velho mundo. Sua preocupação agora seria em descobrir alternativas de suportes para continuar seus desenhos, e pigmentos vindos da terra e plantas para as suas aquarelas.
Arthur preocupado com o que poderia ter acontecido a rainha enquanto permanecia prisioneiro, cercado pela imensidão das águas, onde os monstros marinhos eram apenas frutos da imaginação, e que talvez Malenca tenha usado esse argumento para se safar. Arthur parecia conhecer bem a mente perturbada, mas astuta de Malenca, que apesar de desnorteada sempre soube se safar. O mago estava ali a seu lado tentando ler o mundo através de formações de nuvens, e sem tirar os olhos do céu disse a Arthur:
- A leitura dessas nuvens sempre foi um desafio, não se comportam iguais as estrelas e a lua.
- Nada existe ao acaso, isso posso afirmar, o fato de estarmos presos a essa ilha já era esperado.
- Diga o que vê nessas nuvens, Mago?
- Espere um pouco, estou tentando associá-las ao sonho que tive essa noite, e procurando um espaço entre as nuvens para poder criar uma leitura.
O mago parou por um tempo de falar, enquanto Arthur olhava para ele esperançoso de que visse algo nas nuvens, que para ele nada mais eram do que simples nuvens que amenizavam o sol forte a lhe queimar a pele.
- Sim Arthur, posso ver que há um movimento do reino para nos resgatar, mas ao mesmo tempo enfraquecerá a defesa, onde a rainha terá de procurar uma aliança para salvar o castelo.
- Pode intervir, mago?
- Talvez possa se achar certas ervas e pedras para posicioná-las no centro do templo, e buscar algum meio pra me comunicar com F, ele sempre foi interessado no meu trabalho. Essa noite a lua estará favorável a esse tipo de realização.
- Então faça isso, mago.
- As nuvens ainda continuam a mandar mensagens, e é fato que Drakos esteja envolvido com o nosso abandono aqui nessa ilha. A rainha deverá tomar muito cuidado com ele.
Pg 38
Parte de uma novela sobre o rei Arthur.
Estou reescrevendo, pois deixei na gaveta, e agora pretendo terminar.