Acordei,
sem o ruído
do despertador
Dormi,
sem o pesadelo
de despertar a dor
Sonhei,
sem os fantasmas
de um passador
Levantei
sem crises de asmas
de um chiador
Amanheci
sem a fumaça
de um cigarro
Caminhei
sem a mordaça
de um pigarro
Resisti
sem a tragada
de alívio no cadafalso
Sofri
sem a carteira
de Marlboro no bolso
Venci
sem a certeza
de uma recaída
Espantei
sem a agonia
de uma angina
Lutei
sem o cansaço
de um calabouço
Superei
sem o maço
da barraca do moço
Tentei
sem tanta esperança
tamanha a desconfiança
Segui
sem o medo
de acordar cedo...
(e sem acender um cigarro!).
AjAraujo, o poeta humanista, parar de fumar é tentativa, determinação e superação, dedicado a meus pacientes fumantes e ex-fumantes. Escrito em 27 de março de 2014.