Perguntas que nem a própria pessoa poderá responder. Como saber porquê? Como saber a razão de alguma coisa que se sente ou não se sente? De onde surge essa força misteriosa que atrai ou que afasta? Essa força que nos faz andar num frenesi, a “correr” atrás de alguém, como se estivéssemos a ser puxados por esse alguém sem forças para resistirmos… ou que nos afasta, como se afastam dois magnetes quando pólos com o mesmo sinal se aproximam…?
FRENESI
Porquê esta febre alucinante,
De te encontrar no virar de cada instante,
Neste fervor em que só vivo para ti?
Porquê esta persistência inadiável,
Esta ingente apetência, voraz e insaciável,
E esta ânsia de correr só para ti?
Porquê este intenso galopar do coração,
E porquê que sinto o ardor de um vulcão,
Quando o teu olhar cai sobre mim?
Porquê que só de ti espero dulcíssimos agrados,
E porquê que os meus sonhos frustrados, parados,
Só tu os arrancas de mim?
Ah! Sinto que és a diva dos meus dias,
E que nos meus dias és a luz de cada aurora,
Reavivando esperanças fugidias;
Quero dizer-te agora,
Que sem ti as horas passam lentas, vazias,
Que sem ti uma solidão imensa me devora!
Helder Oliveira
(Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)
-- Helder Oliveira --
(Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)