Neste Mundo em que meu Ser não se revia
sepultei na solidão alguém a quem perdera!
Filho de Abril, desgarrado, sem Primavera,
fui anoitecer longe do dia ...
E ninguém pela Vida mo dizia!
Adoravam meus versos, esses que escrevera ...
Vazio, perda, solidão ou quimera,
ninguém me dizia aquilo que eu não via!
Teria vivido uma dor tão louca?!
Teria aprendido a Amar por Amar?!
Que versos cantaria minha boca? ...
Eu sou a ânsia de viver que não acalma,
sou o sonho intenso de sonhar,
sou a Vida profunda, sou a dor da minh'Alma!
Ricardo Louro
no largo de Camões,
no Chiado, em Lisboa.
Ricardo Maria Louro