Eu me deixei tomar pelo céu claro
iluminado pela chuva de estrelas,
com o peito guiado pelas saudades,
mas tão livre para me perder nelas.
Então, num repente,
sua imagem eu vislumbro
entre as copas das nuvens,
e sei então que a felicidade
também está lá, escondida,
esperando o anoitecer.
A sorrir, aguardo o entardecer
para sentir sua presença.
Seus olhos verdes,
após o por do sol
trazem de volta as estrelas,
tornam-se fontes luzes,
acariciando a minha saudade.
Gosto de ficar silente na noite,
sentindo o toque leve e suave,
como se sua alma benfazeja,
qual um barco descreve um arco
sem se afastar do cais,
trazendo a um porto seguro
todas as minhas incertezas.
E no acariciar suave da brisa,
na cálida noite silente,
no brilho das estrelas,
reflexos de seus olhos verdes
sinto sua alma junto a mim,
e seu amor a embalar um sonho.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.