Eu queria ser a Vida Consagrada,
hóstia Santa, vasta, luminosa - esse Archote
que em cada alvorada,
se ergue da Missa, nas mãos do Sacerdote ...
Eu queria ser o Vinho derramado,
esse Cálice d'amargura,
Sangue-de-Cristo, no altar iluminado,
por Almas em busca de ternura ...
Mas a Cruz é também dor e tristeza!
Maria como quem Sente - sofre,
e implorando aos Céus - reza ...
Deus, do Alto lhe responde, que um Dia,
a Cruz que Ela chora, será p'ra toda a gente,
lágrimas d'Amor, na dor e na agonia ...
Ricardo Louro
Na Igreja de S. Domingos
na Baixa de Lisboa.
Ricardo Maria Louro