Várias vezes me afoguei em teu soluço
E pereci na agonia desse mar bravio,
Ensopado por tuas lágrimas, tiritei de frio
Ressuscitado pela aurora dum oceano bruto.
Teu delíquio formou uma cachoeira negra
E na pororoca de sentimentos te busquei aflito,
Mas a tempestade era densa e meu grito
Mergulhou na ventania que me maltrata a cabeça.
Caminhei pela enseada do teu nome... Litoral obeso...
Na areia assinei a saudade do meu eu confesso
E adormeci sobre os recifes de minha solidão...
Quisera eu doutra vez afogar-me em teus soluços
E navegar sobre balsas de amor, resoluto
A acasalar nossas lágrimas no templo do coração!