Perdi-me em mim,
Segreguei-me a essência,
Não sei onde deixei a consciência,
Nunca me vi assim...
Quem sou?
Por que vivo?
Quê faço aqui?
Aonde devo seguir?
Respostas vazias,
Estou sem identidade,
Irônica realidade...
Acho que sou fantasia!
Destino cretino, obeso
Que caçoa deste passageiro
Sem rumo, sem terreiro,
Maltrapilho vagabundo indefeso...
Os humanos me abduziram.
Trouxeram-me canhestro da eternidade,
Largam-me aqui por perversidade
E nem ao menos me consumiram...
Percurso final...
As linhas estão sinuosas,
As alamedas são perigosas,
Estou passando mal!
Luzes acesas. Fim do ato,
Intenso alívio faz-me chorar,
Pensei que o mundo iria acabar...
Que nada! Sou ator de teatro!